Ao nascer trazemos uma grande missão: Sermos melhores a cada dia e evoluirmos enquanto seres falíveis neste planeta e para isso escolhemos algumas pessoas que serão nossos companheiros de jornada e a eles damos o nome de Família.
Algumas filosofias ou religiões nos fazem acreditar que viemos numa determinada família para resgatar karmas ou débitos do passado e o nome por si só já trás um peso, que explica e justifica os desafios e as dificuldades.
Ao pensar na relação familiar como um karma não temos opção, somos obrigadas a “passar” por situações difíceis que não fazem parte de nossa escolha e assim nos tornamos “vítimas” da escolha de uma força maior, a quem devemos temer por estar fora de nós, quer seja Deus, Buda, Jeová, ou outro ser maior e nesse caso, a saída geralmente é apenas aceitar sem reclamar, porém é um grande engano imaginar que família é somente peso, desafios e obrigação. Esse olhar leva a frustração, rebeldia, sendo muito comuna NÃO aceitação das lições nesse contexto.
A partir da aceitação de tudo que é, na tentativa de fazer diferente a cada dia; nos tornamos livres.
Outras pessoas entendem que somos agregados para comungar da mesma lição, sendo o ambiente familiar, um local propício para aprender a resignação, a submissão, à hierarquia e o não questionamento; outras entendem a relação famíliar como uma grande oportunidade de aprendizados relevantes para a vida toda.
Eu, particularmente, prefiro olhar a família e seus aspectos dessa forma, pois ela transforma todos em seres únicos e co-responsáveis por escolhas e consequências; desse modo, lição não aprendida no contexto familiar, será uma lição repetida na vida.
A maior lição na convivência em família é lidar com as diferenças, sem transformá-las em defeitos que nos afastam uns dos outros. Ao aprender com a família algumas lições básicas de relacionamento, temos maior facilidade em conviver e crescer com qualquer outro vínculo seja ele afetivo, social, profissional etc.
Independente do que trazemos na bagagem, como aprendizado familiar, ou religioso, algumas premissas são base para as relações se tornarem saudáveis, como por exemplo, Auto responsabilidade, Amor, Respeito, Aceitação, Não julgamento e Congruência e quanto mais aprendemos e exercitamos essas valências na intimidade familiar, mwnor será a dificuldade em manifestar harmoniosamente fora dela.
Quando somos provocados nas relações a sermos melhores, cuidar de quem somos, do que sentimos, de como falamos e nos comportamos, observamos a vida a partir de um novo prisma, permitindo que uma nova verdade interna se manifeste fazendo toda diferença.
Portanto se cada membro da família se ocupar de ser a cada dia mais coerente e quanto maior for a congruência entre o que faz e o que fala, o que diz e o que pensa, o que sente e o que demonstra, mais nos tornamos sincronizados com um bom caminho de evolução, tanto individual, quanto coletivo e com isso, nos transformarmos, servindo essas relações como referências saudáveis dentro da família, para os que nos cercam e além.
Família é, por mais difícil que seja a compreensão, um local de grandes lições para serem levadas para a vida toda.
Com carinho,
Eunice Porto
@euniceportoreal
