terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Até que a Morte nos Separe!


As relações afetivas tem um caminho a ser percorrido do momento em que existe a primeira troca de olhar, perpassando fases até o momento em que decidem andar juntos pela estrada da vida e findando quando um segue o próprio destino. 
Durante esse percurso muitas idealizações e expectativas são criadas em relação ao outro porém, na maioria das vezes estas expectativas ficam no nível do indizível, ou seja, não se fala sobre “O que um espera do outro, mas se mantem a certeza de que o outro já sabe porque “me conhece”, então tem que saber ou adivinhar e vaisuprir do que falta; assim, antes mesmo de materializar a relação perante a sociedade, onde um promete ao outro estar juntos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe, vários acordos neste nível são feitos e para garantir que ele serão cumpridos, um abre mão de algumas coisas e o parceiro (a) também cede do outro lado. 
Aqui estabelecemos pactos de lealdade, fidelidade e confiança, porém quando se decide falar e cobrar de acordo com as expectativas o que estava no modo indizível achando que “ele(a) já sabem” ao perceber que não está tendo suas necessidades atendidas e sim, tem que se falar sobre o tema, iniciam normalmente aí os conflitos pois o outro sequer imaginava que seria um dia capaz de suprir determinadas expectativas nem as suas, que dirá de alguém.
Ao sair do nível indizível quem é pego de surpresa, começa sentir que a relação passa ser um peso e mesmo assim prossegue fingindo estar tudo bem, mas a cada cobrança, um novo motivo para manter o conflito.
Quando um casal decide estar juntos do início da vida até o último suspiro, eles deveriam lembrar que esse é um pacto assinado consigo mesmo e inicialmente com a própria vida pois nascemos sozinhos e partiremos do mesmo jeito portanto, não adianta criar expectativas de que ninguém mais faça algo porque “tem obrigação”, ou criar expectativas de que o outro nos nutra de alguma forma; a relação somente se torna leve do início ao fim quando se Escolhe Estar, sem Esperar nada do outro.   
Nos liberamos para amar e sermos amadas ao entrar num espaço interno de gratidão a tudo: a cada minuto que o outro escolhe estar conosco, por decidir fazer algo por nós e até quando nos presenteia com sua presença.
Enquanto não estiver claro o que espero do outro ou o que devem esperar de mim e não ser pesado ou difícil para ninguém, a relação passa existir para que um preencha o espaço vazio do outro e nesse caso, quando um decide ir embora ou por escolha pessoal ou do destino, quem fica cobra Deus, se sente Vítima e quem teve coragem de ir embora, mesmo que por morte, se transforma em algoz. 
Ninguém tem Obrigação de cuidar e de estar com alguém, independente do pacto feito no início da relação. Estar junto e ser feliz é o compromisso que todos deveriam assumir consigo e depois com outro para que estar juntos seja realmente uma benção e não um peso na vida de um ou do outro.  
Lembrando que toda relação para permanecer mesmo passando por desafios, além do amor, tem que ser leve, caso contrário ela não prossegue. 
O que precisa nascer em você para que os pactos existentes em sua relação sejam cada vez mais leves?

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